quinta-feira, 15 de setembro de 2011

IGREJA DE SANTO ALEXANDRE
Bom, galera estamos aqui para apresentar a vocês a Igreja de Santo Alexandre que é uma igreja com características barrocas e criada em 1616 e para os que não sabem o que é a arte Barroca, não se preocupem, pois eu explico.
A arte Barroca originou-se XVII na península Itálica que mais tarde se espalhou pelo restante da Europa. Nessa época ocorreu à reforma protestante, que abalou a influencia da igreja católica e em resposta a isso, a mesma criou a contrarreforma utilizando a arte Barroca para propagar o catolicismo.
Diferentemente da arte Renascentista, a arte Barroca rompeu os limites entre sentimento e razão e entre arte e ciência, ou seja, na arte Barroca podemos observar figuras com expressões mais intensas e uma predominância de detalhes e contraste entre claro e escuro.
Boa galera esse foi um pequeno resumo sobre a arte Barroca para vocês se situarem melhor no contexto histórico e como deu para vocês aprenderem um pouco sobre ela, iremos então conhecer a Igreja de Santo Alexandre que transborda arte Barroca.
·        Histórico:

Juntamente com o tempo da fundação da Cidade de Belém, em 1616 a companhia missionária jesuítica construiu aqui com ajuda dos indígenas, a primeira capela com um único altar, feita de barro e areia e coberta de palha. Em 1668, devido à precariedade da construção inicial, foi construída uma segunda capela, dedicada a São Francisco Xavier.
           
Logo após a chagada dos jesuítas em Belém e a construção da igreja de Santo Alexandre, os jesuítas começaram a edificar o colégio de Santo Alexandre com inspiração da arte Barroca, que como falamos era uma arte totalmente desproporcional e cheia de exageros no século XVII.
·        A igreja de Santo Alexandre:
            A antiga igreja do colégio jesuíta de Belém, inaugurada em 1998, é um dos mais importantes templos erguidos pelos padres da Companhia no Brasil. A construção da igreja foi realizada com menos perfeiçao técnica, devido mão-de-obra
índigena que na epoca ainda estava aprendendo as tecnicas da arte barroca. Ao lado da igreja foi construido, ao longo do século XVIII, o Colégio Jesuíta.
            A fachada da igreja tem quatro andares de altura, sendo encimada por um frontão formado por duas grandes volutas, ou seja, são dois espirais  que se unem no topo, onde há uma cruz. O acesso ao templo é feito por três portais no terceiro piso, também decorados com volutas. As pilastras verticais da fachada encontram-se decoradas em alto relevo, que criam interessantes efeitos de luz e sombra. O corpo central da fachada rodeado por duas torres baixas que se encontram levemente recuadas, estando inclusive um pouco escondidas de traz das enormes volutas do frontão.

            No interior, a igreja revela uma nave única com quatro capelas laterais de cada lado, coberta com abóbada de madeira. Uma grande sacristia encontra-se ao lado da capela central. Destacam-se no interior da igreja as obras de arte em talha, ou seja, as esculturas são esculpidas na madeira e depois revestidas a ouro do padre João Xavier e sua oficina de escultores indígenas, especialmente os dois magníficos púlpitos profundamente decorados com anjinhos em uma composição inspirada na arte barroca.
         
           
    

·        Da escola Jesuítica ao Museu de arte Sacra do Pará:

         Quando chegaram ao Pará, os jesuítas estabeleceram-se no bairro da Campina, no qual construíram residência e pequena capela, ambas cobertas de palha.

            Em razão das más condições de moradia daquele terreno, mudaram-se para área vizinha ao Forte do Presépio, iniciando no século XVII a construção do Colégio, sob a invocação de Santo Alexandre de Bérgamo.
            Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o colégio foi reformado e passou a ser usado como palácio dos bispos da cidade. Já no século XX, após um longo período de abandono, os edifícios do colégio e igreja foram transformados no Museu de Arte Sacra do Pará, que além da arquitetura do local exibe um rico estoque de pintura e escultura dos séculos XVII e XVIII da região amazônica.

       
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·        A igreja de Santo Alexandre Atualmente
            Atualmente a Igreja de Santo Alexandre não tem mais função paroquial, ou seja, não é mais utilizada para realizar missas e sim sendo usado apenas para visitas, palestras e casamentos que ajudam a manter a manutenção do espaço. O espaço foi doado pela arquidiocese para esta nova função, que é de abrigar o museu, a igreja foi inaugurada em 1998, mais o prédio data do século XVIII, o inicio da construção da igreja se deu em entre o final do século XVII e inicio do século XVIII.
            A coleção do museu fica no primeiro piso do prédio, onde funcionou o colégio dos jesuítas, onde aconteciam as aulas normais de catequese e as oficinas. Nessas oficinas eles aprendiam a fazer trabalhos de madeira que hoje são usados na ornamentação da igreja. Em 1970 os jesuítas foram embora e onde era o colégio passou a abrigar o  estoque de imagens e a igreja passou a funcionar de forma normal ate a década de 50. A partir de  então devido a sua precariedade e a falta de reparos ela fecha e só reabre em 1998, quando é inaugurado também o museu.
Durante a nossa visita a Igreja e ao Museu, o que mais chama atenção é o altar mor ou o altar central com trabalhos em relevo de madeira, que apresentam grande característica barroca pelo seu exagero nas formas, nas constantes linhas onduladas e nas questões religiosas. Perto do altar mor da igreja estão presentes imagens de santos jesuítas e como a talha da igreja as esculturas são feitas em madeira.
Ao lado da sala principal, onde aconteciam às missas está a Sacristia, que era o lugar dos celebrantes se reunirem após as missas. Ao olharmos para o teto da sacristia observamos uma pintura que descreve a arte Barroca pelos seus exageros, pelas constantes voltas que dão na figura e pela constante utilização das cores principais como azul, vermelho e branco. Na sacristia existem também dois túmulos dos primeiros bispos que foram enterrados na igreja, segundo informações da guia da igreja, durante a época que ela estava em construção às placas desses túmulos foram encontradas soltas e os corpos foram removidos e para não tirar uma parte da historia da igreja essas placas foram colocadas de volta, mas sem seus respectivos corpos.
            Voltando a entrada da igreja, podemos ver a presença de quadros de ferro fundido e policromado(com varias cores) que vieram da Europa e tem o nome de Via Sacra, que representam toda a vida de Jesus, desde seu nascimento até a morte na cruz.
            A igreja de Santo Alexandre representa a passagem dos jesuítas pelo nosso estado que trouxeram consigo a arte Barroca Européia como maneira de Catequizar os Indígenas que aqui viveram e apesar de todo o abandono que ela sofreu durante os séculos, ela conseguiu se manter até hoje.

·        O Museu de Arte Sacra Atualmente
            No museu existem peças antigas, algumas delas foram feitas pela ordem dos jesuítas e outras feitas pelos índios. Hoje o museu conta com uma coleção de 320 peças sacras, das quais 253 estão em exposição, provindas da coleção da própria Igreja, do Arcebispado, bem como da coleção de Aberlado Santos.
            A grande maioria das peças apresentadas pelo museu apresenta sempre algum dano por conta do tempo ou ate mesmo por acidentes, como por exemplo, a falta de uma Mão, Pé, etc. Bom, chegando até aqui, vocês podem se perguntar: Será que essas imagens não podem ser reformadas? Poder elas podem, mais isso não acontece devido ao fato de que elas passariam um tempo longe do museu, pois, para serem restauradas elas passariam por regras da UNESCO e pelas leis do próprio Estado.
            No segundo andar do prédio, estão presentes as chamadas imagens de roca, que eram imagens de procissões que não possuíam sexo, então durante a temporada de procissões, elas eram vestidas de acordo com o santo que se queria homenagear.
            O elemento mais Barroco que se pode observar no museu é imagem de

Nossa Senhora da Piedade ou Pietá que representa a cena de Cristo retirado da cruz nas mãos de Maria, o barroco pode ser visto nessa imagem através da expressão facial no rosto das personagens, pelo planejamento das formas, principalmente dos tecidos e pela representação assimétrica da figura.
Ainda passeando pelo segundo andar, observamos uma imagem de Nossa Senhora do Leite, sendo considerada uma peça raríssima da coleção, pois na representação de Maria amamentando Jesus, observamos à questão do seio de Maria, que era um tema escandaloso pela Igreja Católica e apesar da critica a esta imagem ela conseguiu se mantiver ate nos dias de hoje.
            Em um dos lados da imagem de Nossa Senhora do Leite, está à figura mais barroca do prédio que é uma segunda representação da nossa Senhora da Piedade.
            Na sala inicial, juntamente com a exposição da Pietá, consta um breve histórico das Ordens Religiosas presentes em Belém. Nos demais ambientes destacam-se a tela Santa Ceia, óleo sobre madeira, provavelmente do final do século XVIII; e ainda diversas representações de Cristo. A grande coleção de imaginária sacra ainda permite leituras iconográficas(leituras a partir da própria imagem) de santos como São José de Botas (sala à esquerda). Ao final do corredor, integrando o acervo de objetos sacros do, MAS, estão expostos um oratório, lanternas e crucifixos.
O final da exposição termina na sala da prataria, com peças de predominância Portuguesa, essa sala guarda os objetos religiosos usados pela igreja, como coroas, ânforas, etc.
Com isso concluímos que, de modo mais direto e sensível do que a arquitetura, a talha ou a pintura, são as esculturas ou imagens sacras dos três primeiros séculos da nossa história, que refletem os aspectos mais significativos e originais da arte Brasileira deste período. Eruditas ou populares, executadas em barro cozido ou em madeira policromada e dourada, essas imagens não tinham, com efeito, outros comprometimentos que não fossem a visão pessoal do artista e a semelhança iconográfica fundamental para que o ‘’Santo’’ pudesse ser reconhecido pelos seus atributos específicos.
            E para vocês conhecerem um pouco mais da arte Barroca produzida pelos índios aqui no nosso Estado, eis algumas belas imagens que encontramos ao longo de nossa visita pelo Colégio Jesuítico e Igreja de Santo Alexandre.
            E é isso aí pessoal, para vocês que querem saber um pouco mais sobre a arte Barroca no nosso Estado visitem a Igreja de Santo Alexandre!!
                                                                                       VALEU!!!!!!!
    

 
          

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