domingo, 6 de novembro de 2011

Igreja Nossa Senhora das Mercês

Fundação
A Igreja e o convento das Mercês foram construídos em 1640 pelos religiosos espanhóis da Ordem Calçada de Nossa Senhora das Mercês: Frei Pedro de La Rua Cirne e Frei João da Mercê. Eram construções bem simples de taipa de pilão, cobertas com palha. Mais tarde, em 1753, foram reconstruídas em alvenaria, arquitetadas pelo italiano Antônio José Landi em estilo barroco primitivo. Uma das poucas do Brasil e a única da cidade em perfil convexo. A igreja fica em frente à Praça Visconde do Rio Branco (Largo das Mercês), no bairro da Campina.
O Tratado de Tordesilhas dividiu o Brasil em dois, e Belém ficou sobre domínio Coroa Portuguesa. Em 1794 os portugueses acabaram expulsando os padres mercedários da cidade e se apossaram do convento e da igreja. O convento foi transformado na Alfândega e a igreja tornou-se um depósito de sal.
O Brasil virou República, então o governo local entendeu que deveria entregar a igreja aos arcebisbos. O convento ficou para o governo federal, e hoje abriga o Serviço de Patrimônio da União (SPU). Desde essa época em que foram expulsos da cidade, os padres mercedários não vieram mais a Belém.

Fachada
O corpo central convexo tem duas pilastras de cada lado, há três portais, três janelas, e um óculo no frontão, aos lados da parte central, existem duas torres, nela existem frontões triangulares, com a parte superior vazadas por óculos, sendo também vazadas por janelas. A porta principal tem uma moldura em pedra de lioz. As outras duas molduras das portas laterais são do mesmo material.

Interior
A igreja tem planta em nave única, antecedida de uma com cobertura de abóbadas de aresta. A planta baixa desta igreja segue um tipo comum em Portugal: nave única e ao seu lado, capelas apenas da mesma espessura da parede e por duas capelas profundas no transepto. A capela-mor é mais estreita e profunda do que a nave principal. O retábulo da capela de adoração é bem mais elaborado que o retábulo da capela-mor.


A última reforma pela qual a igreja passou, aconteceu há mais de 15 anos. A restauração da igreja terá início após reuniões com órgãos públicos federais que ocupam o complexo mercedário, além de representantes da paróquia e do convento, integrante do espaço.
A última reforma pela qual a igreja passou, aconteceu há mais de 15 anos. A restauração da igreja terá início após reuniões com órgãos públicos federais que ocupam o complexo mercedário, além de representantes da paróquia e do convento, integrante do espaço.
          
Hoje a igreja funciona de segunda a sexta de 6h15 às 12h  e de 15h às 19h e aos sábados, a partir das 11h.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos


Conheça um pouco sobre a historia da igreja de nossa senhora do rosário dos homens pretos:
A Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Homens Pretos era em 1682 apenas uma pequena capela de oração dedicada ao culto dos devotos negros. Foi construída no bairro da Campina, recebendo um segundo nome: Igreja do Rosário da Campina. Em 1725, por não ter uma grande quantidade de fiéis, fizeram um novo templo projetado pelo arquiteto Landi que também ajudou financeiramente para a conclusão da igreja. 

Por ela ser humilde e as pessoas que viviam ao seu redor também, a mesma demorou muito a ser concluída, quase dois séculos depois do início de sua história. Sobre as dificuldades para esta construção Henry Walter Bates Apud Rocque (2001, p. 204), relata sua experiência da vinda à Belém em 1848:    
Encontrava freqüentemente uma fila de negros, caminhando pelas ruas, cantando em coro. Cada qual levava na cabeça certa quantidade de material de construção: pedras, tijolos, argamassa, tábuas. Vi que eram principalmente escravos que, depois de um dia pesado de trabalho, contribuíam um pouco para a construção de sua Igreja.

e

Dentro dela estão enterrados restos mortais do líder cabano Antônio Vinagre. Quando estava acontecendo a revolução cabana, ele pôde contar com a ajuda de muitos escravos na hora de defender os seus objetivos de liberdade e justiça. Hoje ainda podemos ver como ela foi influenciada na arquitetura durante o período colonial. Por exemplo: Detalhes feitos à mão, segundo Rocque, nas janelas, e os ricos castiçais e lanternas de prata.  


De fachada simples (a frente da igreja), este monumento tem galilé (O pátio da igreja, onde se fazem as assembléias dos paroquianos. Ver: galiléia). Também possui três abóbadas (arcos que são feitos no teto da igreja entre os espaços de muros, pilares ou colunas) e efeitos no teto da igreja entre os espaços de muros, pilares ou colunas) e três janelas na altura do coro. O frontão (o que decora o topo da fachada) é harmonioso, decorado em forma de espirais e destacado por uma bela cruz. No seu centro onde fica o desenho ou símbolo chamado de brasão, existe um rosário. O prédio possui janelas laterais na parte de cima e também uma torre com janelas que tem sinos.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos tem no seu interior um local central, também chamado de nave central, e dois corredores: um do lado direito, que vai dá na sacristia, e outro do lado esquerdo, que hoje, ampliada, é a Capela de Nossa Senhora da Soledade. Em escavações recentes, descobriram dois altares laterais, que também existiam no lado direito, onde foi encontrado um nicho do século XVII, que seria um lugar dentro de uma parede pra colocarem imagens e etc.


Ao visitar a igreja...
Encontramos do lado direto uma escultura de Jesus morto em um caixão de vidro (imagem):
 
Encontramos também uma imagem de roca. Por estátua de roca, se entende aquelas imagens religiosas que são levadas em procissões e que são vestidas com roupas de tecido. Este tipo de imagens teve muita importância no culto católico especialmente durante o período barroco, que foram e ainda são usadas para as procissões vestidas de santo ou anjos. Essas imagens não têm sexo (feminino ou masculino) porque podem tanto ser vestidas de anjo, como de santa ou santo. (imagem):

Histórico da Catedral Metropolitana de Belém
A primeira igreja de Belém foi construída provisoriamente dentro do Forte do Presépio e já era dedicada a Nossa Senhora das Graças. Poucos anos depois foi transferida para o atual Largo da Sé, numa construção precária. No século seguinte, em 1719, a Diocese do Maranhão é dividida à pedido de D. João V e Belém passa a sediar a recém-criada Diocese do Pará, ganhando direito a honras de Sé Episcopal a sua igreja matriz.
As obras da atual edificação, construída no mesmo local da primitiva igreja, tiveram início no ano de 1748. Data dessa época a planta geral da igreja e os níveis inferiores da fachada, incluindo o portal principal, de feição barroca pombalina. Após algumas interrupções, a direção das obras foi assumida em 1755 por Antônio José Landi, arquiteto italiano chegado a Belém em 1753, que deixou ampla obra na região. Landi terminou a fachada, acrescentando as duas torres e o frontão. As torres, semelhantes às da Igreja das Mercês de Belém, também projetadas por Landi, não têm paralelos no mundo luso-brasileiro e são inspiradas em modelos bolonheses, região de origem do arquiteto. O imponente frontão, ladeado por adornos em formato de cones e/ou piramidais, tem um perfil mais barroco-rococó e contém uma abertura com uma estátua de Nossa Senhora. No dia 8 de Setembro de 1771 é que a construção da Catedral foi dada como concluída. As obras duraram 23 anos. A construção foi totalmente concluída em 1782.
    O nome “Catedral” vem da palavra “cátedra” (nas Catedrais se encontra a cadeira, cátedra, do Padre). Cada Bispo tem sua sede, por isso, a Matriz é conhecida como igreja da Sé. Então é repetitivo usar Catedral da Sé.
            O interior da igreja sofreu uma reforma radical em 1882 ordenada pelo bispo Dom Antônio de Macedo Costa, quando a catedral passou por uma grande mudança. O retábulo original, de Landi era como do Rococó e tinha uma pintura de Nossa Senhora das Graças pintada pelo português Pedro Alexandrino de Carvalho. Tanto o retábulo quanto a pintura estão, hoje em dia, perdidos e são apenas conhecidos por desenhos antigos.
            O altar principal atual foi criado em Roma por Luca Carimini no século XIX, e as pinturas de dentro da igreja foram feitas pelos italianos Domenico de Angelis e Giusepe Capranesi. O órgão, feito pela oficina do francês Aristide Cavillé-Coll, instalado em 1882 e é o maior órgão da América Latina. Em 1906, a Catedral foi elevada a sede de arquidiocese.
            A Catedral é a parte mais importante do Círio de Nazaré, a maior procissão do mundo ocidental. Após uma missa na Catedral, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré sai em procissão até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, acompanhada por milhares de pessoas. Depois de vários anos sem medidas de conservação, a Catedral Metropolitana de Belém foi restaurada em 2005, e reaberta ao público no dia 1º de Setembro de 2009.
  Quando fundaram Belém em 1616 e, construíram o Forte do Presépio (hoje do Castelo), dentro dessa fortificação ergueram a primeira igreja, dedicada a N. Srª da Graça. Depois, em uma clareira aberta na mata, bem perto da fortaleza, construíram outra capela, em substituição à primeira. E ao longo dos anos, várias outras reconstruções e melhoramentos.
No ano de 1723 o rei de Portugal D. João V, atendendo às reivindicações da Igreja do Pará, autorizou a construção da nova Catedral, ou Sé, em Belém. E talvez, para surpresa geral, determinou que a nova igreja tivesse toda a grandiosidade possível.
Em 3 de maio de 1748 houve a solenidade do lançamento da pedra fundamental da nova Sé, no mesmo local da antiga.A planta da Catedral de Belém é de autoria desconhecida. O nome do arquiteto Antônio José Landi é ligado a nossa Sé somente depois de cinco anos do início da construção, contribuindo principalmente para o acabamento e decoração do interior da Catedral.
A reforma empreendida pelo Bispo D. Macedo Costa entre os anos de 1881 a 1892 foi total: foram colocados pisos de mármore de Carrara, novos altares, outras telas e afrescos.
Dados de algumas áreas da Catedral
Fachada da Catedral

Ela tem características Romanas com duas torres. As duas com lanternas fingidas, elas são meio que coroadas de zimbórios juntamente com essas lanternas. Lá tem uma imagem localizada dentro de uma abertura, conhecida como imagem de nicho, com mais ou menos 4 metros e 20. Ao entrar na igreja logo se vê uma imagem de N. S. da Conceição e do Bom Jesus de Cana Verde.
Altares laterais

Ao longo do corpo da igreja existem dez altares, cinco de cada lado. Todos eles são de mármore e ostentam uma tela.
Altares do Sagrado Coração e Nossa Senhora da Graça

Ambos de fino mármore e de colinas trabalhadas a estilo romano em frente um do outro em duas grandes capelas laterais.
Púlpitos

Instalados durante a grande reforma do século passado todo trabalhado e folheado a ouro. Púlpitos de ferro.
Candelabros de ferro

Em estilo neoclássico vieram de Roma, como oferta do Papa Pio IX.
Altar-mor

Todo de mármore e de uma variedade muito branca e transparente de gesso, construído na Itália pelo escultor Luca Carimini e adquirido por D. Antônio de Macedo Costa (1871) com contribuições do Papa Pio IX e do Imperador Dom Pedro II.



Fundo escuro, cores predominantes do barroco no Brasil (azul e vermelho). Presença grandiosa do teocentrismo, outra característica do barroco no Brasil.


Arco com ornamentações acima da imagem da santa, estatuetas banhadas a ouro ao lado da imagem, pequenas esculturas de mármore italiano ornamentando o local da imagem.




Frente com duas torres, frontão com traços curvilíneos, sistema de três janelas na frente.

 

Igreja de Sant'Anna

Parte I – Introdução
Olá amigos do blog, vim falar hoje sobre uma das mais importantes igrejas belenenses, e uma das mais ignoradas pela população em geral, resolvi não apenas fazer uma dissertação técnica sobre as características Barrocas dessa igreja (que por sinal são muito bonitas) quis iniciar minha explanação falando sobre algo muito tocante quando visitei ela pela primeira vez, a dedicação e mesmo paixão que os fies tem por sua igreja, uma dedicação que toca inclusive não católicos como eu, pois essa igreja, mesmo correndo risco de nunca mais voltar a exercer suas funções nativas (veja mais detalhes ao final do texto) ainda consegue congregar fieis voluntários para tomar conta desse espaço, bem sem mais delongas, vamos ao nosso trabalho antes que a professora Dani me desconte ponto(brincadeira professora, você sabe que lhe amamos):
Parte II Histórico:
Bem, nossa querida igreja de Sant’ana tem uma historia longa e cheia de peripécias dignas de igrejas de novela mexicana passando desde sede provisória da diocese de Belém, carro chefe de políticos populistas ate como baluarte de luta contra o regime militar.
Bem, mais toda  historia tem um começo e o dela seria o ano de 1616 quando o Don Bartolomeu do Pillar, o primeiro bispo do Pará, indicou como matriz provisória da segunda paróquia a imita de Nossa Senhora do Rosário dos Homens de Preto, uma capelinha humilde construída com fé, principalmente por escravos que nela trabalhavam à noite, depois de um dia de trabalho penoso.
Antonio Giuseppe Landi recebeu a incumbência de “arquitetar, desenhar e dirigir” a construção da igreja de Sant’ Ana no mesmo local onde é até hoje: esquina da Rua Padre Prudente (antes Rua da Misericórdia e depois mais conhecida como rua do Landi) e a Rua Manoel Barata(antiga Rua S. Vicente)
Landi elaborou um projeto com uma cúpula central, rara nas igrejas do Brasil, com uma planta baixa em cruz grega, de uma só nave e em estilo românico. A igreja foi construída sem as torres que vemos hoje e que foram colocadas em 1839.

 

Depois de uma serie de mudança, e reformas entramos em período em que a igrejinha (nome a qual seus paroquianos carinhosamente a tratam) passou pela sua belle epoque (décadas de 1910 a 1930) em que a igreja virou um dos pontos sociais mais disputados de Belém, todos os que eram alguém, ou queriam ser alguém disputavam lugares na missa dominical, o governador, o comissário de policia, e vários políticos populistas que faziam somas vultuosas para conseguir simpatia dos fieis.
Depois desse período a igreja passa por tempos tortuosos causado pela revolução de 1964 ou como querem alguns, pelo Golpe Militar q fez mil desatinos se forem considerados os Direitos Humanos. Os padres não foram poupados. Eram tachados de comunistas. Acadêmicos passaram a ser olhados como subversivos. A igreja deveria enclausurar-se nas sacristias. Esse o tom revolucionário. Em Sant’Ana o padre Diomar foi preso e só obteve licença para celebrar missas. D. Alberto intimidou-se e disse certa vez ao clero reunido: “Vocês não sabem o que poderá fazer uma revolução...”. Muitas reuniões de jovens acadêmicos foram realizadas à noite na sacristia. Difícil relatar detalhadamente o que aconteceu. O Boletim Arquidiocesano começou a ser redigido em Sant’Ana sob a responsabilidade do Grêmio Pio XII, farto em fotografias e no noticiário, focalizando detalhadamente a prisão de dois padres franceses, que trabalhavam no Pará.
Depois desse período a igreja passa por novas reformas e entra no estagio que se encontra hoje, que iremos falar mais tarde

Parte III – A igreja

Primeiramente uma pequena ficha técnica:

Suas dimensões: torres (altura: 39m);
Comprimento interno (total: 37m)
A cúpula (altura: 37m)
Largura interna (total: 19,5m)
Abobadas (altura: 33m)
Comprimento da nave central (25m)
Largura externa total (22m)
Largura da nave central (25m)
Porta central (altura 2,98m).

Passada as dimensões vamos ao que realmente eu mas gosto quando penso em Sant’ana, sua fina arquitetura, a genialidade de Landi e seu belíssimo estilo Neoclássico com insinuações românticas e barrocas:
 Podemos observar na figura ao lado q           
Que encontramos um frontão em que
 Estão presentes as duas torres e a
 Escadaria, importante destacar que
 Mesmo com o desgaste do tempo da
 Pra se notar as decorações em curva
 Características do barroco.

















 
Podemos ver nessa imagem um belo exemplo da pintura barroca brasileira colonial, diferente de nossos colegas europeus que produziam obras com fundo mundano e ate mesmo mítico, nosso barroco foi totalmente voltado ao sacro, como podemos ver nessa pintura da abóboda central.

Aqui podemos ver púlpito  e o as colunas Jônicas que sustentam a estrutura da abóboda e da cúpula, (interessante notar que nesse caso, landi decidiu utilizar esse tipo mais sóbrio, quando o usual era usar o dórico, bem mais decorado). Essas colunas dão a igreja um aspecto Neo clássico, coisa pouco vista nas igrejas de Belém dessa época




Podemos ver aqui uma composição de imagens sacras presentes na igreja, trata-se da sagrada família,
São José, Virgem Maria e menino Jesus, feito provavelmente em gesso ou material similar, podem notar a sobriedade e ate a falta de expressão facial presente nas obras sacras desse período. 




Parte IV – Situação atual

Devido a vários problemas estruturais e financeiros, a diocese de Belém pediu a prefeitura que interviesse na igreja, por conta disso a aproximadamente 10 anos a igreja tem passado por sua mais importante reformar, não devido ao fato que se não for feita podemos perder um grande monumento cultural de nossa cidade, mais sim que essa reforma pode decidir o futuro da igreja em si.
Depois de sair da orbita municipal, a igreja esta agora sobre administração do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que embora tenha feito seu trabalho de restauração com esmero, vem acumulando tensões com a comunidade paroquiana, devido a possibilidade de a igreja perder suas funções nativas de santuário para se tornar um museu.
Bem, agora vai a minha singela opinião de estudante da historia, a intervenção do governo foi fundamental para a preservação da física do monumento, assim como deveria ser com todos os monumentos com valor histórico a nossa sociedade, só que mais importante que a preservação física de um monumento, é a preservação dos laços que a comunidade tem com esse monumento, a preservação, sempre que possível de suas funções primarias, assim sendo, creio que a igreja de Sant’ Ana deve continuar permanecendo o que sempre foi, uma pequena centelha de fé para seus fieis e uma memória histórica de grande importância a todo o povo belenense
                                                                                 
                                                                                              Andre Vinicius Cardoso